Não quero a tua boca, 
nem teu sorriso como uma esmola. 
Quero os teus lábios húmidos 
em igualdade de condições, 
humanizando-me, 
um beijo sem opresor nem oprimido, 
um tratado molhado de libertação. 
Quero tua luta, a dos teus olhos, 
a das minhas mãos sobre o teu quadril, 
esta luta armada dos corpos nossos 
na selvagem dos nossos preconceitos, 
um ato de amor, de amor guerrilheiro 
que com tão bela violência nos fará livres.
 
