lunes, 25 de agosto de 2008

O que fica desse amor

Aquele o nosso amor não está na capelinha,
nem nas pedras da rúa, nem nas ruinas do forte
morreu pela distância de duas almas sozinhas
e morreu sem sentido, e por não ter um norte

Com aquele perfume que robou-me uma tarde
que hoje fica no lixo, esquecido, no olvido
ao igual que as palavras que escreveu na parede
igual que aqueles beijos que te dei no umbigo

Eu esquecí teus olhos de furacão e vento
esses olhos tão verdes como o mar em verão
você esqueceu a voz que cantou-lhe algum verso
e a folha e o sol desta nossa canção

Esqueci teu quadril largo sobre meu corpo
com o corpo molhado, com a boca sendenta
você esquceu o sentir-me em seu corpo adentrado
mas às vezes se lembra, eu sei bem que se lembra

enquanto o português fica pior cada día
e sei que teu espanhol se esquece com o tempo
mas sei que sempre, sempre amor vas a ser minha
e sempre serei teu, como teu é o vento